1.
Os diversos significados de “alma” apresentados
na Bíblia.
Muitos têm discutido hoje se ao morrer o ser humano
permanece consciente em sua alma ou não. Os Adventistas do Sétimo Dia (grupo
pelo qual guardo grande admiração e respeito) e Testemunhas de Jeová, por
exemplo, creem que ao morrer o homem não tem consciência, tampouco é levado ao
céu nem ao inferno, mas sepultado, fica aguardando o dia da ressurreição. Nós,
porém, cremos que ao morrer estaremos com Cristo em nossas almas e espíritos,
mas não num estado definitivo, pois só na ressureição do arrebatamento é que
teremos corpo, alma, e espírito transformados num corpo glorificado semelhante
ao de Cristo Jesus (1 Tess 4.13-17; 1 Co 15.35-55).
O livro de Eclesiastes, por exemplo, é cheio de citações
dizendo que findando a vida aqui na terra, não há mais nada a ser feito
(Eclesiastes 9.10). É importante lembrar
que o livro de Eclesiastes se trata de um homem filosofando sobre tudo o que
“viu” e “debaixo do sol”. O livro trata do homem neste contexto apenas,
terreno. Podemos compreender as suas declarações sem problema algum,
colocando-as dentro do contexto de tudo o que a Bíblia diz sobre o assunto.
São muitos os textos da Bíblia que tratam sobre a alma, e
vários deles diferem no significado da palavra. Por isto não podemos dar a alma
uma só definição (sangue, vida, intelecto), pois em outros textos, a palavra
acabaria por não ter sentido nenhum. Veja estes textos extraídos da Bíblia
Sagrada:
“Da comunidade dos que creram o coração era um, e a alma,
uma, e nenhum deles dizia que coisa alguma das que possuía era sua própria, mas
tudo entre eles era comum.” Atos 4.32.
Observe que não se aplica aqui nenhuma das definições dadas em outros textos da Bíblia, isto é, sangue, etc. Aqui diz que o propósito deles era o mesmo e que havia solidariedade uns para com os outros, a “alma” deles era uma, assim como o “coração”.
Observe que não se aplica aqui nenhuma das definições dadas em outros textos da Bíblia, isto é, sangue, etc. Aqui diz que o propósito deles era o mesmo e que havia solidariedade uns para com os outros, a “alma” deles era uma, assim como o “coração”.
“As vossas luas novas e as vossas festas fixas a minha alma
as aborrece...” Isaías 1.14
Aqui este texto se refere a Deus que esta descontente com a procedência do povo de Israel, Deus tem sangue? A vida de Deus é como a nossa? Não. Assim também, temos “alma” como sede do intelecto.
Aqui este texto se refere a Deus que esta descontente com a procedência do povo de Israel, Deus tem sangue? A vida de Deus é como a nossa? Não. Assim também, temos “alma” como sede do intelecto.
Temos textos que nos apresentam a alma referindo-se ao
indivíduo integralmente:
“Todas as almas que saíram da coxa de Jacó eram setenta.”
Êxodo 1.5. Observe que “almas” neste texto pode muito bem ser substituído por
“pessoas” sem ferir em nada o significado do texto.
2.
Alma como parte integrante do ser humano.
A Bíblia ensina que o homem é composto de três partes
distintas: corpo, alma, e espírito. Veja nos textos a seguir:
“O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso
espírito, alma e corpo sejam conservados completos, irrepreensíveis, para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”.
1 Tessalonicenses 5.23.
1 Tessalonicenses 5.23.
“Pois a Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante
que qualquer espada de dois gumes, que penetra a divisão de alma e espírito, e
de juntas e medulas, e pronta para discernir as disposições e pensamentos do
coração.”. Hebreus 4.12.
Nesta passagem vemos claramente: alma, espírito e corpo representado por junta se medulas.
Nesta passagem vemos claramente: alma, espírito e corpo representado por junta se medulas.
Ao morrermos, o nosso corpo vira pó e aguarda a
ressurreição, já o nosso espírito e alma permanecem com a mesma consciência
fora do corpo. Analise os textos a seguir:
Lucas 16.19.22-23
“Morreu o mendigo e foi levado pelos anjos ao seio de
Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. No Hades, estando em tormentos,
levantou os olhos e Abraão e Lazaro no seu seio.”
Este texto é erroneamente interpretado como parábola. A
pergunta é: onde está escrito que se trata de uma parábola? Jesus em momento
nenhum dá a entender que seja, pelo contrário, esta passagem se difere das
parábolas na sua construção, e mesmo se fosse uma parábola, pergunte-se: Jesus
se utilizaria de uma mentira para ilustrar uma verdade?
Segundo a tradição judaica, havia no Hades uma divisão onde de um lado ficavam os fiéis a Deus em descanso, e do outro, os infiéis em tormentos, daí o motivo de Jesus proferir este ocorrido como o fez. Após a morte de Jesus, os santos do antigo testamento foram levados por Cristo ao céu, para onde todos os santos vão, após a morte e antes da ressurreição. (Ef 4.8-10; 1Pd 3.18-20; Jo 14.1-3).
Segundo a tradição judaica, havia no Hades uma divisão onde de um lado ficavam os fiéis a Deus em descanso, e do outro, os infiéis em tormentos, daí o motivo de Jesus proferir este ocorrido como o fez. Após a morte de Jesus, os santos do antigo testamento foram levados por Cristo ao céu, para onde todos os santos vão, após a morte e antes da ressurreição. (Ef 4.8-10; 1Pd 3.18-20; Jo 14.1-3).
De qualquer forma, não podemos utilizar apenas um texto para
compreender uma doutrina tão importante para nós. Vejamos outras citações da
Bíblia:
1 Reis 17.21-22
“Estendeu-se sobre o menino três vezes, e clamou a Jeová, e
disse: Ó Jeová, meu Deus, faze que a alma deste menino torne a entrar nele.
Jeová ouviu a voz de Elias, e a alma do menino tornou a entrar nele, e
reviveu.”
Compare os textos e veja que aqui, a alma é a mesma que lemos em Hebreus 4.12 e 1 Tessalonicenses 5.23. Não é apresentada como o intelecto, nem como o ser como um todo, mas como o que é em essência: a parte indestrutível do homem que resiste à morte do corpo.
Compare os textos e veja que aqui, a alma é a mesma que lemos em Hebreus 4.12 e 1 Tessalonicenses 5.23. Não é apresentada como o intelecto, nem como o ser como um todo, mas como o que é em essência: a parte indestrutível do homem que resiste à morte do corpo.
Continuando com o nosso raciocínio com base nas escrituras,
temos ainda um texto interessante e indispensável a este estudo:
Mateus 10.28:
“Não temais aos que matam o corpo, mas não podem matar a
alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer na *Geena tanto a alma como o
corpo.”
Lucas 12.4-5:
“Digo-vos amigos meus, não temais aos que matam o corpo e,
depois disso, nada mais podem fazer. Mas eu vos mostrarei a quem temer: temei
aquele que, depois de matar, tem poder de lançar-vos na *Geena”.
*Geena é uma palavra que se traduz “inferno” em outras
traduções.
O texto diz que após a morte do homem, Deus pode lança-lo no
inferno. Como seria isto possível se ao morrer o homem deixasse de existir? O
texto diz que o homem pode matar o corpo, mas não a alma, isto é, após a morte
do corpo a alma continua viva, e só Deus tem poder sobre ela.
3.
O Apóstolo Paulo e a imortalidade da alma
Filipenses 1.20-24:
“... Cristo será engrandecido no meu corpo, quer pela vida,
quer pela morte. Pois para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Mas se o viver
na carne resultar em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de
escolher. Porém de ambos os lados estou em aperto, por que tenho o desejo de
partir e estar com Cristo, pois é muitíssimo melhor; mas o permanecer na
carne é necessário por vossa causa.”
2 Coríntios 5.6-8:
“Temos, portanto, sempre bom ânimo e sabemos que, enquanto
estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor (por que andamos por
fé, e não por visão); temos bom ânimo, digo, e antes queremos estar ausentes
do corpo, e presentes com o Senhor.”
Paulo diz aos cristãos destas cidades que estando no
corpo(com eles) estaria ausente de Cristo, mas estando fora do corpo, estaria
já com Cristo.
Em Apocalipse 6.10-11 lemos sobre as almas que clamam por
justiça debaixo do altar de Deus. Alguns teólogos comparam este texto com
Gênesis 4.10, mas basta ler com calma os dois textos dentro do contexto de cada
um para se perceber que são duas situações completamente diferentes.
Luis Paulo Silva
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